Das Reuniões
A realização de uma reunião digna deste Clube exige ordem, decoro e a devida observância das tradições. Para garantir o êxito de vossos encontros, apresentamos algumas diretrizes fundamentais.
Da Quantidade de Convidados
Uma mesa respeitável deve contar com cinco a dez participantes. Caso vos aventureis a reunir um número superior, as discussões poderão se alongar em demasia, testando a paciência dos presentes e dissipando a intensidade das narrativas. E, convenhamos, ninguém deseja que o entusiasmo esmoreça antes que todos tenham a oportunidade de relatar suas façanhas!
Se, por outro lado, não conseguirdes arregimentar ao menos cinco sócios, talvez seja mais prudente resignar-vos ao carteado – um passatempo mais apropriado para grupos reduzidos e, possivelmente, para mentes menos imaginativas.
Caso o número de participantes seja excessivo, recomenda-se dividi-los em mesas distintas, de forma equitativa. Tal separação pode ser feita por afinidade, sorteio ou até mesmo por meio de desafios rápidos. Contudo, que fique bem claro: deveis evitar a hedionda prática de lançar dados para tanto! Que nobre de respeito se rebaixaria a um jogo de azar tão ignóbil? Se algum incauto tiver a ousadia de sugerir semelhante desatino em minha presença, não hesitarei em ensiná-lo boas maneiras com a ponta de minha rapieira!
Métodos mais apropriados incluem um duelo honrado de Rocha-Faca-Papel ou, para os verdadeiramente destemidos, um torneio relâmpago de esgrima.
Do Início da Reunião
Como é de conhecimento comum entre aqueles de estirpe elevada, cabe sempre ao sócio de maior posição social à mesa a honra de iniciar a partida. Se tal verdade vos parece nebulosa, temo que tenhais ingressado neste Clube por equívoco – erro este que ficarei mais do que feliz em corrigir, seja com algumas lições de etiqueta, seja com alguns rasgos bem aplicados em vossas vestes com minha lampejante rapieira!
Da História da Noite e de sua Escolha
Diferentemente das regras originalmente delineadas pelo venerável Barão, em nosso Clube não há a distribuição do Galardão ao término da reunião. Contudo, é dever de todo bom nobre reconhecer o talento narrativo daqueles que se destacaram na arte de entreter e cativar seus pares. Assim, ao fim da reunião, deve-se eleger a História da Noite.
Após todas as vossas histórias serem contadas e apreciadas, o sócio de mais elevada posição social deve iniciar uma votação anunciando sua escolha e depositando uma moeda diante do contador de histórias que mais lhe encantou. A votação prossegue em sentido horário, com cada participante repetindo o gesto.
Ao final, contam-se as moedas e o narrador mais votado recebe a honraria correspondente. Além disso, cada sócio recolhe as moedas que lhe foram concedidas na votação e as adiciona à sua bolsa. Eis um pequeno estímulo para que todos aperfeiçoem sua arte narrativa – e, quem sabe, para que busquem destronar o campeão da noite na reunião vindoura!