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Da Fundação e História do Clube

O Clube das Espadas Cruzadas é um distinto círculo de cavalheiros e damas da mais elevada estirpe, reunindo-se sob este honrado estandarte para compartilhar as crônicas de suas audaciosas aventuras pelos confins do mundo – e, em certos casos, além dele.

 

Tal augusto clube nasceu do espírito visionário de quatro cavalheiros de notável engenho, que, unidos pelo apreço às façanhas e pela arte da narrativa, resolveram dedicar-se ao excelente jogo intitulado "As Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen", criação do próprio barão, amigo pessoal dos fundadores.

Foi assim que, em julho do ano de 1756, os ilustres senhores Alberto Villanova, Enrico de Letiere, Noah MacCumhail e eu próprio, Andrea Spada, reunimo-nos no Palazzo Spada, minha modesta residência de verão, e ali realizamos a primeira de muitas assembleias, dando início a uma tradição que, com a graça do destino, perdura até os dias atuais.

 

Entretanto, não se pode contar a história de uma instituição tão ilustre sem mencionar os percalços que enfrentou. No fatídico ano de 1758, o clube foi forçado a interromper suas atividades, vítima de um período sombrio que assolou a nobreza europeia. Porém, como todo grande legado está destinado a renascer, o clube voltou ao seu pleno esplendor graças à intervenção providencial dos herdeiros de nossos fundadores – os nobres Arthur Lancaster, Enrico Villanova e Vittorio Spada –, que restauraram suas tradições e garantiram sua continuidade.

 

Hoje, o Clube das Espadas Cruzadas segue firme em seu propósito: preservar a honra, celebrar a arte da narrativa e assegurar que os feitos dos grandes aventureiros jamais sejam esquecidos.

O Excelentíssimo Barão de Munchausen

Hieronymus Karl Friedrich von Münchhausen, conhecido nos mais altos círculos da nobreza europeia simplesmente como o Barão de Munchausen, veio ao mundo no auspicioso dia 11 de maio do ano do Senhor de 1720, na cidade de Bodenwerder, nos domínios de Brunswick-Lüneburg.

 

Desde tenra idade, demonstrou um espírito aventureiro inigualável, iniciando sua trajetória como escudeiro de Antônio Ulrich II de Brunswick-Wolfenbüttel, a quem acompanhou nos campos de batalha durante a Guerra Russo-Turca de 1735. Ao final do conflito, em 1739, foi honrado com o posto de Cornet no regimento de cavalaria russo Couraceiros de Brunswick, ascendendo a Tenente no ano seguinte. Participou com bravura nas campanhas de 1740 e 1741, enfrentando os Turcos com destemor. Em 1744, contraiu matrimônio com a nobre Jacobine von Dunten, e, em 1750, alcançou a patente de Rittmeister, ou Capitão da Cavalaria.

Foi por volta do ano de 1754 que o Barão, em um lampejo de gênio, concebeu "As Extraordinárias Aventuras do Barão de Munchausen", um jogo de narrativas tão sublime que jamais foi oficialmente publicado – pois, como bem sabemos, certas obras não se destinam ao papel, mas à posteridade imortal das boas histórias.

 

Tendo-se retirado da vida militar em 1760, o Barão estabeleceu-se em suas propriedades em Bodenwerder, onde permanece até o presente momento. E foi ali, entre os muitos festejos que promove com inigualável hospitalidade, que seu jogo se popularizou, espalhando-se não apenas pelos salões mais ilustres da Europa, mas também – pasmem, senhores! – por terras menos civilizadas, como as colônias americanas e até, ouso dizer, a França.

 

Seu nome, sua verve e suas histórias perdurarão nos anais do tempo, inspirando gerações de cavalheiros a jamais permitir que a verdade atrapalhe uma boa narrativa.

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